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Cutícula, o fantástico recobrimento das plantas
Atualizado: 17 de Abr de 2020
Você sabia que órgãos das plantas como caules, folhas, flores e frutos possuem um recobrimento chamado cutícula?
A cutícula é uma camada lipídica extracelular que reveste as células epidérmicas externamente. É composta por uma camada de cutina, formada por ácidos graxos de 16 a 18 carbonos com ligações éster, que corresponde entre 40 a 80% da cutícula. Incorporados a cutina, estão presentes ceras intracuticulares de natureza hidrofóbica, componentes da parede celular como celulose, polissacarídeos, compostos fenólicos e aromáticos. Externamente à cutina, são depositadas as ceras epicuticulares com morfologia e composição variada.
Os mecanismos de biossíntese, transporte e liberação dos componentes da cutícula pelas células epidérmicas para o meio externo ainda não são totalmente elucidados! Baseado em vários estudos, Tafolla-Arellano e colaboradores (2013) (1) propuseram um modelo para formação da cutícula.
Na primeira etapa, os ácidos graxos são biossintetizados nos cloroplastos e enviados para o retículo endoplasmático por duas possíveis vias de transporte: por mecanismos não vesiculares, devido a proximidade das duas organelas, ou através de proteínas de transferência Acil-CoA.
Na segunda etapa, no retículo endoplasmático, os ácidos graxos são alongados para formar ácidos graxos de cadeia muito longa e posteriormente transportados para a membrana plasmática por duas possíveis vias: através de transportadores proteína-ácido graxo, que liberam os lipídios para um transportador específico ou diretamente na membrana plasmática; ou por intermédio do complexo de Golgi, enviado por vesículas e transferência por balsas lipídicas para a membrana plasmática.
Na terceira e última etapa, os ácidos graxos são transportados para o exterior da membrana plasmática para a cutícula por transferência direta através da parede celular ou por proteínas de transferência.
Curiosamente, a cutícula é mantida durante toda a vida da planta, com grande capacidade adaptativa devido a mudanças estruturais, de espessura e composição durante o desenvolvimento, maturação e senescência dos órgãos vegetais. Sua importância se deve as várias funções como proteção contra os efeitos deletérios da radiação UV-B e poluentes do ambiente, proteção contra a perda de água e gases e à entrada de patógenos. Por estas razões, muitos estudos estão sendo realizados atualmente para entender o processo de formação e manutenção da cutícula em plantas e frutos.
Quer saber mais sobre cutícula, acesse:

Créditos da imagem (1).
Quer saber mais sobre cutícula, acesse:
(1) Tafolla-Arellano, J.C.; González-León, A.; Tiznado-Hernández, M.E.; Zacarías García, L.; Báez-Sañudo, R. Composición, fisiología y biosíntesis de la cutícula en plantas. Revista Fitotecnia Mexicana. 36:1, pp.3-12, 2013.
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Texto escrito por Magda Andréia Tessmer